domingo, 28 de abril de 2013

O início de tudo




Sempre vivi uma vida de gordinha (como todo gordinho, o nome gordo as vezes parece ofensivo então sempre irei usar gordinha), desde a infância aprendi a conviver com isso, no colégio eu sempre era a chacota da turma, e não estou relatando isso para que sintam pena, afinal na minha época não existiam o tal Bullying, qualquer um poderia virar chacota, bastava ser um pouco diferente, eu fui a escolhida pois além de ter meus quilinhos a mais, meu sobrenome (Pinto) também não ajudava. Coisas do tipo eu entrar na sala e ao me sentar todos se levantarem na criação de uma pequena onda de choque era bem comum, digamos assim que era uma prática diária, lembro-me de chorar por isso, me sentir ofendida e desvalorizada, mas nenhum desse sentimentos eram fortes o bastante para me fazer largar das guloseimas... Fui crescendo e meus quilos me acompanharam, me tornei uma jovem gordinha, lembro me que com uns 17 anos pesava 96kg. Namorar era algo que eu desejava muito, porém não tinha pretendentes, invejava minhas amigas magras que em uma festinha recebiam várias cantadas enquanto eu só recebia olhares curiosos do tipo: "O que ela esta fazendo aqui?". Mas deixar de ser gordinho não é tão simples como pensam, estamos acostumados a comer tudo que nos satisfaz, O prazer de comer os deliciosos pastéis, dos sanduíches repleto de maionese e do refrigerante com batata frita ia muito além do que a força de vontade de ter um corpo bonito! Com o tempo nos acostumamos com nossos pneus e quilos extras, eles mais do que nunca começam a fazer parte da nossa vida, em nossa mente eles se tornam algo que levaremos para sempre, até que tudo ao nosso redor nos force a entender que não é assim, chega um momento de nossas vidas que cansamos desse corpo dobrado, que a beleza que víamos em nós mesmos já tem desmoronado e a sede por algo que você nunca obteve se torna incontrolável. 

Hoje, chegando aos meus 27 anos e com 104,200 kg e 1,75 m, me vi cansada do meu próprio corpo, senti vontade de experimentar ser magra, afinal nunca fui na vida, não sei o que é cruzar as pernas sem esforço, o que é me abaixar sem sentir a barriga encostando nas pernas, o que é sentar no chão levemente e poder escolher qualquer posição sem que minhas pernas adormeçam com meu peso, quero saber como é isso, estou curiosa, quero sentir essas sensações e todas as outras que um magro consegue sentir, não que eu me ache feia, eu sei que até quebro um galho (nos dois sentidos, rsrsrs), mas hoje sinto a necessidade de mais, quero olhar pra mim mesmo e sorrir satisfeita com o que estou vendo, quero experimentar essas coisas simples e o MAIS IMPORTANTE, quero envelhecer com saúde, sem me preocupar com colesterol alto e veias entupidas de gordura. Sei que cada um tem uma visão de sí, você que está lendo esse texto pode ser uma gordinha (o) feliz com seu próprio corpo e eu entendo pois por muitos anos também já fui feliz com o meu, não estou criticando quem tem seus quilos a mais, mas cada um tem uma forma de lhe dar com seus próprios sentimentos e vontades, e antes o que te fazia feliz hoje já não te satisfaz e é preciso buscar mais. E é assim que inicio minha jornada levando comigo o mais importante: Determinação e Força de vontade!


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